10 Maio 2025

Mercedes enfrenta queda preocupante nas vendas e perda de mercado global

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A Mercedes-Benz, tradicional símbolo de luxo automotivo, vive atualmente um dos momentos mais delicados de sua trajetória recente. Com uma queda nas vendas, fábricas operando abaixo da capacidade e demanda enfraquecida na China, a montadora alemã pode estar entrando em uma espiral descendente com impactos sérios sobre seu desempenho financeiro e sua posição de mercado.

De acordo com uma análise do Handelsblatt, a receita, o volume de vendas e o lucro da empresa listada no índice DAX estão em retração. Especialistas do setor e fontes internas alertam para riscos maiores caso o cenário atual persista. “Quanto mais os volumes caem, menos interessante a marca se torna para fornecedores de tecnologias essenciais como baterias e chips”, afirmou Stefan Reindl, diretor do Instituto de Economia Automotiva (IfA). “Isso pode se tornar um problema estrutural, especialmente porque a Mercedes não conta com um acionista âncora que possa oferecer proteção em tempos difíceis.”

Uma fonte interna da própria montadora reforça a preocupação: “Muitos fabricantes de componentes já estão insatisfeitos com a curva de vendas da Mercedes”. Durante anos, a estratégia da empresa foi clara: cortar custos e aumentar preços. Essa abordagem permitiu lucros elevados e consolidou a imagem de uma marca de alto padrão. No entanto, desde 2024, essa fórmula parece não surtir mais os mesmos efeitos.

Diferente do cenário da pandemia, quando veículos estavam escassos, hoje o mercado global apresenta ampla oferta de automóveis. Como consequência, a participação da Mercedes no segmento de carros novos caiu de 3% em 2019 para 2,5% atualmente. Analistas da consultoria Bernstein projetam que as entregas podem cair ainda mais, para cerca de 1,83 milhão de unidades neste ano, enquanto a margem operacional ajustada no setor de veículos de passeio pode despencar de 8,1% para 4,4%.

Esses números colocam em xeque os ambiciosos planos anunciados pela empresa em 2021. Na época, a expectativa era de um crescimento anual de 5% até 2026, elevando as vendas de 1,9 para 2,5 milhões de carros. Hoje, esse objetivo parece fora do alcance diante da realidade do mercado e da perda de competitividade da marca.

A situação exige respostas rápidas e mudanças estruturais. A Mercedes, que há décadas é referência global no setor automotivo, agora precisa provar que ainda tem força para enfrentar os novos desafios e reconquistar seu espaço no mercado internacional.