Consórcio da ExxonMobil quer atualizar projeto de gás ‘onshore’
2 min readA ExxonMobil disse hoje que o consórcio de petrolíferas da Área 4 de exploração de gás no norte de Moçambique quer atualizar o projeto da fábrica de liquefação em Cabo Delgado, projeto anunciado em 2018, mas cujo investimento tem sido adiado.
O consórcio publicou hoje um anúncio no principal jornal diário moçambicano a solicitar propostas para serviços de engenharia com “potencial” para “construção de uma fábrica de liquefação” em Afungi, onde já começou a construção de um outro consórcio (Área 1) liderado pela TotalEnergies.
As obras da TotalEnergies foram interrompidas há dois anos quando rebeldes atacaram a vila de Palma.
No entanto, melhorias na segurança, graças à intervenção de tropas estrangeiras, deverão permitir a retoma dos trabalhos a meio deste ano, segundo fontes ligadas às operações.
Do lado da ExxonMobil, o anúncio hoje publicado “reforça os esforços da Área 4 para progredir com o desenvolvimento do projeto Rovuma LNG”, referiu fonte da petrolífera em resposta escrita a questões colocadas pela Lusa.
Procura-se um “conceito alternativo (…), aproveitando o conhecimento e os dados de engenharia existentes para aumentar o valor do desenvolvimento para todas as partes interessadas”, acrescentou, atualizando o que era perspetivado há cinco anos.
Segundo o anúncio, pretende-se agora que a fábrica, com várias linhas de liquefação, produza 18 milhões de toneladas de gás por ano, acima dos 15,2 referidos no projeto de 2018.
A procura por fontes alternativas de gás natural aumentou a nível mundial, mas os custos de construção também se tornaram mais caros, aumentando as preocupações com a competitividade do projeto.
A decisão final de investimento em terra depende da criação de “um ambiente operacional sustentável e seguro e competitividade do projeto a longo prazo, considerando a volatilidade dos mercados”, disse a mesma fonte.
“Os parceiros da Área 4 continuam empenhados em trabalhar com o Governo de Moçambique para o desenvolvimento dos recursos da bacia do Rovuma”, acrescentou, preparando-se “para retomar as atividades assim que as condições de segurança o permitirem”.
A Área 4 já explora gás do Rovuma através de uma plataforma flutuante operada pela italiana Eni, ao largo de Cabo Delgado, e que inclui uma fábrica mais pequena para produzir 3,4 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano para a BP (que comprou a produção por 20 anos).
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.
A Galp, KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detém cada uma participações de 10%.